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Friday, August 31, 2007

Promessas e Politica....

O programa Inov Contacto, antigo programa do ICEP de estágios em empresas estrangeiras para licenciados jovens e reconfigurado pelo presente governo em 2005/2006, que já foi uma das pérolas da propaganda da politica de requalificação do capital humano nacional e do crescimento de longo prazo, anunciou a abertura do processo de candidaturas e selecção recentemente. Digo que já foi uma das pérolas pois o recente anúncio indica um corte de cerca de 60% nos estágios concedidos em relação ao ano anterior (anuncio do concurso e estatísticas).

Já tinha discutido aquilo que eu achava ser um erro estratégico claro por parte do governo neste post e na subsequente discussão em relação à politica de trabalho e clara transferência de recursos entre gerações. Julgo que este anúncio do mais pequeno número de vagas de sempre no programa Inov Contacto, segue na linha das minhas opiniões referidas e é também reflexo de uma escolha de despesa pública, que não é claramente orientada para programas promotores do crescimento e melhoria das condições nos mercados de trabalho. Recordemos-nos que durante este último ano aconteceu a fusão entre o ICEP e a API. Este parece ser já um efeito orçamental perverso desta decisão política ao cortar neste tipo de programas em detrimento de outros.

Qual era a opinião dos nossos governantes quando expandiram este programa específico após as eleições? Seguem em baixo alguns links e declarações oficiais na altura que o Inov Contacto era ainda uma pérola da propaganda:

InovContacto: Governo aumenta estágios internacionais

"No seu breve discurso, Manuel Pinho fez ainda uma alusão à concretização do Plano Tecnológico, sublinhando que não se trata de um programa só do Governo, ou de uma iniciativa que se esgote nos próximos meses. «O Plano Tecnológico é um programa de todo o país e para os próximos anos», contrapôs o titular das pastas da Economia e da Inovação."

"Vieira da Silva sublinhou a importância dos programas InovJovem e InovContacto «pela existência em Portugal de um défice de qualificações entre os activos» e de «problemas para os jovens no acesso ao seu primeiro posto de trabalho»."

Icep lança Inov Contacto

"Manuel Pinho, ministro da Economia, e Marques da Cruz, presidente do Icep, apresentaram, esta semana, o programa português de estágios no exterior, que concederá inicialmente 250 bolsas de 1250 euros para estágios de seis a dez meses.

Para o Inov Contacto estão reservados dez milhões de euros, montante que, nos dois próximos anos, totalizará 25 milhões de euros. Em 2006, os estágios profissionais oferecidos já ascenderão aos 500 com oito destinos a escolha". O programa prevê quotas de 50 vagas para bacharéis e 25 vagas para estágios nos sectores têxtil e do turismo. As restantes 150 vagas são para licenciados. O programa agora apresentado já existe desde 1997, mas José Sócrates, no âmbito do Plano Tecnológico, decidiu reformula-lo, dando-lhe um novo alento."

Como se pode observar pelas estatísticas o programa nunca chegou a ter 500 vagas e desde esse primeiro reforço, ou alento como refere a notícia, têm existido claros cortes orçamentais no programa, em relação ao prometido e anunciado, que redundaram este ano com o maior desinvestimento de sempre.

Como que a dar-me razão na questão de ausência de estratégia, em relação à politica de trabalho e crescimento económico, deixo este post aqui para referência futura e peço alguma paciência aos leitores em relação aos links relacionados com o programa, que ainda não foram alvo de um "choque tecnológico"...

Tuesday, August 28, 2007

Um mercado secundário para os bilhetes da liga de futebol

Com o inicio da liga de futebol profissional durante a passada semana, a discussão acerca das reduzidas assistências médias em comparação com outra ligas profissionais europeias voltou a ser um tema de debate. Com a subida de divisão do Vitória de Guimarães à principal liga de futebol profissional voltou a ter quatro clubes com assistências médias superiores a 10000 espectadores. Os restantes clubes que superam este número são obviamente os denominados três grandes.

Perante este cenário podemos afirmar que os clubes profissionais de futebol têm pela frente um enorme desafio de tentar aumentar o seu número de clientes, de forma a aumentar as suas receitas correntes. É neste sentido que proponho um mercado secundário para lugares pré-comprados, em que os seus detentores os possam alugar para períodos específicos a compradores que estejam interessados. Não só a criação deste mercado poderia tornar-se um negócio interessante para todos os clubes profissionais, como também poderia promover o aumento de receitas e de assistências.

Como funcionaria este mercado? De forma a ser rentável e não implicar custos acrescidos, este mercado teria de ser criado numa plataforma exclusivamente online que limitasse a interacção entre os indivíduos e os custos associados. O seu funcionamento seria depois muito simples. Imaginemos um detentor de um lugar de época que quer ceder o seu direito para um jogo. Nesse caso ele colocaria uma ordem de cedência no mercado sinalizando para os operadores os seus dados específicos. Do outro lado teríamos ofertas para essa cedência especifica até haver um match de preços. O comprador receberia um email online com um recibo, tal como já funcionam os bilhetes de muitas companhias aéreas, e o sistema de cada clube receberia a informação que para esse jogo especifico o código válido de entrada correspondente a esse lugar de época seria o código do recibo. Este é um sistema simples e perfeitamente exequível com as tecnologias de informação hoje existentes. De forma a garantir a rentabilidade do operador e limitar a especulação excessiva neste mercado online seriam cobradas duas taxas. Uma para garantir os custos de funcionamento do sistema e outra que garanta uma percentagem limitada do valor de transacção. Poderiam estar ambas ligadas ao valor da transacção ou então termos uma taxa nominal de custos de funcionamento.

Um sistema deste tipo poderia ser inicialmente propriedade dos clubes que mais beneficiariam da existência de um sistema deste tipo, que seriam os quatro já referidos, sendo a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP)um parceiro que defenderia os interesses dos restantes clubes profissionais e serviria como um regulador. No futuro este mercado poderia ser propriedade de uma firma especializada na gestão de mercados online, mediante a regulação da LPFP, que garantiria a sua expansão baseando as suas receitas no aumento das transacções.

Existem várias situações em que os clubes podem beneficiar deste sistema. Por exemplo, um adepto que esteja interessado em adquirir um bilhete de época mas que sabe que durante a época de futebol estará ausente da cidade durante cerca de 50% dos jogos. Este adepto teria de optar por comprar o bilhete de época e perder grande parte do seu dinheiro, aumentando assim o seu custo por jogo assistido, ou escolher comprar os bilhetes jogo a jogo e enfrentar preços de mercado bastante mais elevados, além dos custos associados à procura do bilhete. Outros intervenientes neste mercado poderiam investir em lugares de época como forma de investimento de que obteriam retorno através de transacções efectuadas neste mercado secundário. O beneficio para os clubes é óbvio, aumento da procura por lugares de época por parte de vários indivíduos que estarão interessados que o lugar esteja ocupada no dia do jogo. Com o aumento da procura os clubes podem aumentar consistentemente os seus preços, garantindo não só receitas superiores como uma diminuição do risco da sua operação. Com um mercado já maduro esta dinâmica pode ser obtida com um lucro adicional proveniente da gestão do próprio mercado.

Este tipo de sistema para gestão de infraestruturas culturais é bastante comum nos países anglo-saxónicos. Nestes países, é comum serem vendidos vários tipos de concessões de forma a se obter financiamento para o investimento inicial e diminuir o risco financeiro operacional no médio-longo prazo neste tipo de infra-estruturas. Um exemplo famoso da utilização deste tipo de financiamento foi a construção do Royal Albert Hall em Londres que ainda hoje promove este tipo leasings transaccionáveis para os objectivos já descritos, que permitem a obtenção de retornos financeiros por parte de investidores.

Em relação ao enquadramento legal é duvidoso que seja permitido por lei em Portugal desenvolver este tipo de actividades sem existir um enquadramento especifico. Podem existir também regulamentos específicos dos clubes ou mesmo da LPFP que limitem ou proibam este tipo de actividade. No entanto, todos sabemos que este tipo de transacções acabam por acontecer de uma forma informal e pouco transparente. Um mercado deste tipo não só acrescentaria transparência a estas transacções, como também regularia a especulação existente, de forma a garantir que existisse um beneficio económico para os clubes e industria em geral da actividade dos especuladores. Além disso um mercado acessivel a todos e com custos de transacção reduzidos iria no médio-longo prazo atrair um número crescente de adeptos que por várias razões, entre as quais a falta de informação e elevados custo de procura, não participam neste mercado, mas se esses custos fossem reduzidos estariam dispostos a participar.

Monday, August 27, 2007

BCP- Afinal a montanha pariu um .... ratinho... ou nem isso...

Depois de semanas com a comunicação social a especular acerca do desfecho da assembleia geral de accionistas do BCP. Depois de semanas de primeiras capas de jornais e secções especializadas com os intervenientes, declarações e especulações acerca de cada facção na assembleia geral do BCP. Depois de infindáveis programas de televisão acerca de tudo isto. E depois da primeira assembleia geral falhada por dificuldades informáticas. Hoje no dia D, da assembleia que iria decidir tudo (segundo os prognósticos), os accionistas do BCP decidiram que afinal era melhor não votar nada e deixar tudo como estava aproveitando-se a hora do lanche para os accionistas que quisessem discorrer sobre o seu investimento o pudessem fazer com a companhia dos accionistas que compareceram a esta assembleia geral.

Espero que isto sirva de lição aos jornalistas, especialmente os que dedicaram a sua atenção, quase incessantemente, a esta fantochada inconsequente durante as ultimas semanas. Espero que nas próximas semanas recuperem o tempo que perderam com este assusto, a escrever acerca de acontecimentos reais e consequentes de economia real e negócios reais.

Deixo aqui o link do público para o anúncio desta não noticia, de forma a que todos aqueles que queiram expressar a sua ira em relação a este assunto o façam num órgão de comunicação social de grande audiência:

Esgotada a Ordem de Trabalhos da Assembleia Geral do BCP

Friday, August 24, 2007

Revista de Opiniões- Crise imobiliária e Financeira

Depois de referir as minhas opiniões acerca da crise nos mercados financeiros desencadeada pela deflação dos preços do imobiliário nos EUA em três posts (1, 2, 3), decidi fazer uma pequena revista acerca do que tem sido dito e quais as perspectivas de futuro e opiniões de uma parte da blogosfera nacional e internacional que se interessa por este assunto.

Brad Delong- Brad Delong apresenta uma visão semelhante do Economia defendendo que o FED seguirá sempre uma política de gestão do risco estratégico, defendendo-se sempre do pior cenário imediato possível, até encontrar um espaço para seguir uma politica monetária de médio prazo com as habituais preocupações macroeconómicas.

Bring Back The Punchbowl!

Econbrowser
- James Hamilton refere que a calma parece ter regressado novamente aos mercados financeiros através uma análise dos mercados de divida e monetários de curto prazo. Na sua opinião a politica de curto prazo do FED passará não por controlar as taxas nos mercados secundários monetários mas sim garantir que os problemas de racionamento de crédito actuais são ultrapassados. Essa estratégia será conseguida através de operações de open-market sem preocupações de manutenção da taxa de juro de referência nos mercados secundários que deverá manter-se nos 5% durante os próximos tempos, abaixo do target de 5,25%.

Whee!

New Economist- Faz uma referência a um artigo acerca da importância dos fundamentais nos mercados imobiliários e das expectativas que os resultados sugerem. Este artigo é de 31 de julho sendo um interessante ponto de vista prospectivo para o que se está a suceder.

House Prices: Fundamentals do Matter

Economist View- Discussão acerca da responsabilidade do anterior presidente do FED, Alan Greenspan, em relação a esta crise e perspectivas futuras acerca da politica monetária.

"Thanks Alan!"

Greg Mankiw's Blog- Previsão de elevada volatilidade nos mercados financeiros através de indicadores de risco do mercado de futuros.

May you live in interesting times

Marginal Revolution- Referência ao sinal dado pelos maiores bancos americanos de utilizarem as janelas de desconto do FED para obterem liquidez, uma medida de fraqueza rara mas que pretende reassegurar os investidores.

Fighting for the pooling equilibrium

Ecleteconomist- Referência à noticia do New York Times acerca dos problemas ainda presentes no mercado de sub-prime de hipotecas e do aumento previsto de defaults em julho, fundamentais para o futuro próximo. É discutido também se o FED deve continuar a colocar liquidez no mercado para permitir a reestruturação de balanços das instituições financeiras que continuam expostos em demasia ao risco neste mercado, ou não deve alimentar esta situação, pois alimentaria os excessos que ainda persistem.

To What Extent Should the Fed (or any other Gubmnt Agency) Bail Out the Big-Time Risk-Takers?

The Becker-Posner Blog- Gary Becker discute a necessidade de intervenção dos bancos centrais durante esta crise financeira especifica. Posição também defendida pelos economistas do Banco Central Inglês que se afastou da politica seguida pelos outros grandes Bancos centrais.

Should Central Banks Intervene During This Financial Crisis?

Causa Liberal- Discussão teórica durante o último mês acerca da da gestão monetária por parte dos bancos centrais e das suas implicações. Propostas institucionais para uma remodelação da política monetária.

Causa Liberal Agosto

Economia&Finanças- Abordagem das declarações de Jean-Claude Trichet do BCE acerca das perspectivas de aumentos de juro no curto prazo.

Trichet avisa que a subida dos juros é para manter (provavelmente)

Ladrões de Bicicletas- Discussão interessante acerca da complexidade dos novos instrumentos financeiros, promovidos por modelos matemáticos cada vez mais complexos e sistemas de informação modernos, que aumentam as assimetrias de informação nos mercados financeiros e também a opacidade dos balanços das empresas financeiras.

Ainda o recente sobressalto (crise?) dos mercados financeiros

Neo-Liberalismo- Descrição do problema sistémico que ocorreu e da relação entre a deflação dos preços do imobiliário e o seu impacto dramático na confiança entre as instituições financeiras.

Crise do Crédito- a verdadeira história

O Blog Investidor- Estará a estrutura de funcionamento mercado a alterar-se sustentadamente? Esta é a pergunta feita pelo Blog Investidor.

Bear a caminho?

The Catch- Critica aberta à postura irresponsável das instituições financeiros de alimentar esta crise especulativa no sector imobiliário.

A Ridicula Crise

Wednesday, August 22, 2007

Pandora's Box - Ep 2 - To The Brink of Eternity

Segundo episódio da série de documentários Pandora's Box de Adam Curtis. Neste episódio, com o titulo até ao limite da eternidade, Adam Curtis apresenta a ligação entre a ciência e a politica nos EUA durante a guerra fria e a importância que uma nova elite teve na criação de uma nova estratégia de defesa, que mais tarde veio a ser conhecida como o delicado equilíbrio do terror. Esta nova elite, composta pelos matemáticos e economistas de institutos como a RAND Corporation, primeiro, e o Hudson Institute, depois, concebeu um sistema de controlo geopolítico com base na teoria dos jogos, análise de sistemas e racionalidade dos agentes que dirigiu a estratégia dos EUA durante alguns dos mais importantes conflitos do período do pós-guerra. Entre outros concepções e decisões cientificas e politicas, é de destacar a criação da estratégia de equilíbrio e aniquilação nuclear, a gestão da crise de cuba e a guerra do Vietname. Com a presença de vários testemunhos, entre eles, o do recente prémio Nobel da economia Thomas Schelling, este episódio segue na linha do anterior ao descrever as relações contraditórias entre a ciência e a busca de um mundo melhor, nos vários sistemas políticos que dominaram a geo-estratégia mundial no período do pós segunda guerra mundial.



Tuesday, August 21, 2007

Soft Landing?

A injecção de liquidez por parte das autoridades monetárias europeias e americanas parece começar a ter o efeito pretendido de restabelecer a confiança dos investidores e a criar uma janela de oportunidade para os tomadores de risco de créditos do mercado imobiliário americano começarem a reequilibrar os seus balanços.

Um dado importante a reter para o panorama financeiro mundial deste crash, já esperado há algum tempo, tem a ver com o impacto especifico que a desvalorização imobiliária provocou em alguns tomadores de risco imobiliário europeus. A dimensão do financiamento externo da economia americana começa a criar riscos acrescidos ao sistema financeiro europeu e não existe sinal de uma coordenação de politica macroeconómica fiscal e monetária que possa reduzir o desequilíbrio externo americano e parar a desvalorização do dólar em relação à generalidade das moedas estrangeiras. Este cenário coloca a hipótese de no médio prazo não ser possível efectuar uma aterragem suave dos excessos americanos recentes devido às pressões inflaccionistas que isso pode trazer. Nesse caso mais relaxamentos monetários de curto prazo apenas aumentarão as expectativas de inflação no futuro, em especial nos EUA onde a desvalorização do dólar devido à deterioração das condições financeiras externas provoca uma pressão acrescida.

Com uma economia a crescer baseada no aumento da população e do consumo interno. Com competitividade limitada e um crescimento da produtividade medíocre, a escolha entre inflação ou altas taxas de juro não parece ser uma opção pois limitará sempre o crescimento económico no futuro. A determinada altura a pressão para a autoridade monetária actuar de uma forma não cooperativa irá basear-se nesses pressupostos e aceitará uma aterragem mais abrupta de forma a controlar a inflação e valorizar o dólar. Como é óbvio toda a economia mundial irá sofrer as consequências de uma retracção das expectativas de consumo do maior consumidor mundial. A única forma de evitar isto é com uma política fiscal restritiva que só restringirá os seus efeitos no crescimento de longo prazo se for baseada numa forte redução da despesa.

Uma das mais peregrinas teorias da nova economia politica apresentada por dois autores suecos, Torsten Persson e Lars Svenson, discute a hipótese de que num sistema politico bipartidário, com conservadores que preferem gastos públicos limitados e liberais que preferem gastos públicos mais elevados, a politica óptima para os conservadores num regime de rotação seria acumular divida de forma a limitar a despesa pública dos governos liberais que os sucedessem. Esta ideia não só é viável em termos teóricos como se ajusta ao tipo de politicas seguido por muitos governos de direita recentes, especialmente quando consideramos as últimas três administrações republicanas, que trocaram a ortodoxia orçamental republicana clássica por uma politica de défices financiados por divida. Assumindo a hipótese que este é um claro objectivo desta administração, então é de acreditar que não exista muito espaço para reajustamentos de política orçamental até surgir uma nova administração nos EUA, o que só acontecerá daqui a 15 meses. Até lá o FED terá de suportar os custos de uma politica fiscal não cooperante e gerir todos os riscos financeiros que surjam pelo caminho como foi este último. Felizmente para o FED que os credores dos EUA estão dispostos a coordenar as suas politicas de forma a limitar os efeitos de uma onda de choque financeira, como aconteceu neste mercado especifico. Resta saber quanto mais tempo será esta política credível sem haver uma deterioração das perspectivas de crescimento futuras reais. E, no pior dos cenários, se existe algum dos credores que ache que fica melhor se não cooperar e quais os efeitos de uma opção deste tipo.

Friday, August 10, 2007

During Crysis Discount Freely

Com o aumento dos riscos inerentes a alguns fundos de investimento imobiliário o mercado overnight Europeu entrou numa espiral de subidas sucessivas, colocando em risco a cobertura dos balanços de muitas sociedades financeiras. É o inicio do ajustamento dos excessos dos EUA relativamente ao seu passado recente de excesso de endividamento, agora apenas resta aos Bancos centrais descontarem livremente e injectarem liquidez nos mercados para evitarem uma crise sistémica.

O Público relata algumas das intervenções recentes do BCE, FED e Banco Central Canadiano:

- BCE injecta dinheiro no mercado para limitar efeitos da crise hipotecária nos EUA
-Bolsa: Nova Iorque encerra em queda acentuada
-BCE volta a intervir no mercado e injecta 61 mil milhões de euros

Para um resumo dos efeitos recentes desta crise nos mercados financeiros ficam aqui dois artigos do Diário Económico:

-PSI-20 agrava perdas com crise nos mercados de crédito mundiais
-Sector Financeiro europeu regista fortes quedas com crise no mercado de crédito

Na próxima semana o Economia continuará a seguir este assunto atentamente, discutindo a possível política do FED e tendo em consideração as armadilhas (ou opções) que o futuro encerra para a política monetária e financeira dos EUA.

Monday, August 06, 2007

Pandora's Box - Ep 1 - The Engineer's Plot

Continuamos a nossa apresentação dos documentários da autoria do realizador inglês Adam Curtis. Esta nova série de nome Caixa de Pandora apresenta neste primeiro episódio, A Conspiração dos Engenheiros, uma visão única do sistema soviético desde a sua criação, após a revolução de 1917, até ao seu colapso em 1991.

Em a Conspiração dos Engenheiros, Adam Curtis apresenta o papel fundamental que os engenheiros pré-revolução, também conhecidos como engenheiros burgueses, tiveram na construção do Estado moderno Soviético e a forma como eles e os seus sucessores moldaram a politica económica e social Soviética numa perspectiva mecânica, centralizada e planeada, como se fosse um sistema que pode ser descrito por leis rígidas e onde a produção é baseada nestes pressupostos.

Como em todos os episódios da série a Caixa de Pandora Adam Curtis tenta mostrar como as políticas que serviram para a construção de um novo paradigma social continham em si as raízes dos problemas que mais tarde iriam ser responsáveis pelo seu próprio colapso, neste caso especifico. Na Conspiração dos Engenheiros a resposta que Adam Curtis encontra é que o sistema idealizado pelos engenheiros apenas era sustentável no sistema de medo criado pelo regime brutal de Stalin e que a abertura que se seguiu à sua morte levou a que o sistema rígido idealizado por estes se revelasse obsoleto e inadequado para promover uma organização social duradoura.

Novamente deixo aqui a sugestão para aqueles que preferirem ver o vídeo no modo de full screen seguirem o link no youtube após clicarem duas vezes no vídeo.

Thursday, August 02, 2007

Crise no mercado imobiliário dos EUA- Perspectivas

A crise no mercado imobiliário dos EUA, que tem provocado as quebras nos mercados europeus de títulos, reflecte o ajustamento macroeconómico que a economia americana começa agora a enfrentar. Com a subida da taxa de juro pela Reserva Federal, devido às pressões inflaccionistas e desvalorização do dólar, os agentes económicos americanos começam a perder os incentivos para se manterem numa posição de devedores. Esta mudança de posicionamento financeiro é usual em períodos em que existe a expectativa de um aumento de taxas de juro e menor crescimento económico no médio prazo. Uma das opções, além da diminuição do consumo, é a troca de investimentos de maior liquidez e consequente risco por títulos de divida, de forma a aproveitar as expectativas futuras de maiores taxas de juro e menor crescimento económico.

Uma das formas de concretizar esta opção costuma ser a opção por investimentos imobiliários, em geral mais seguros e virados para o médio/longo prazo. No entanto, esta opção não é agora viável para os agentes económicos americanos devido ao fim da bolha especulativa existente neste mercado, bolha essa que foi alimentada durante o longo período de taxas de juro muito reduzidas. Outras opções poderão ser títulos de dívida pública do governo americano, títulos de dívida de corporações, títulos denominados em moedas estrangeiras e no limite depósitos a prazo.

Quais serão as opções a médio prazo dos agentes económicos americanos? Em relação aos titulos de dívida publica, estes não serão uma opção credível até existir uma definição fiscal por parte do Governo Federal, muito pressionado pelos gastos na defesa e cortes fiscais sem correspondente descida da despesa. Em relação aos títulos denominados em moeda estrangeira essa opção passará a ser uma cada vez maior realidade, apesar do reconhecido enviesamento doméstico (home bias) dos investidores americanos e das politicas fiscais e comerciais ortodoxas seguidas pela União Europeia e Países Asiáticos, que limitam o endividamento nestas zonas económicas. Neste sentido os títulos de divida e capital de firmas americanas parecem ser uma opção viável para este reajustamento financeiro. Sem dúvida que dentro desta perspectiva as empresas americanas com melhores perspectivas financeiras futuras, devido à expectativa de expansão dos seus mercados, estão na linha da frente desta opção. Por último é de referir a opção de simples poupança através de depósitos bancários. Essa opção não parece ser credível num momento de abrandamento económico pois não existe incentivo para os bancos concederem rentabilidades interessantes numa situação de perspectiva de abrandamento de concessões de crédito devido à diminuição do consumo.

Depois de duas décadas de abertura segundo o Consenso de Washington, que promovia a abertura dos mercados de capitais nas economias em desenvolvimento, são os EUA que neste período de reajustamento terão de se acomodar a uma maior internacionalização da sua economia e da carteira de activos dos seus residentes. Não só os investidores e empresas estrangeiras, nomeadamente asiáticos e europeus, tenderão a aumentar as suas participações de capital em empresas e investimentos americanos, de forma a aproveitar a melhor situação financeira em que se encontram, como também os investidores americanos terão de abdicar em parte do seu conhecido enviesamento doméstico e internacionalizar as seus portfolios financeiros, de forma a melhorarem a sua situação financeira.

Wednesday, August 01, 2007

Publicações da Ordem dos Economistas

Por sugestão da Vanda Ramos Gomes que me enviou um email durante o meu período de férias venho aqui deixar o link para a publicação da Ordem dos Economistas, o Cadernos de Economia, que irei acrescentar também na barra lateral. Em relação à outra publicação sugerida, O Economista, fico à espera de outro contacto para saber qual o link pois não consegui encontrar nem no portal da Ordem nem através do Google.

Em relação à publicação sugerida queria apenas referir que apesar da sua qualidade, a sua presença online deixa algo a desejar pois apenas permite o acesso ao editorial e ao índice de cada publicação. Poderia-se complementar essa informação com um pequeno resumo de cada artigo publicado de forma a que os leitores possam ir um pouco além do titulo.