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Thursday, August 02, 2007

Crise no mercado imobiliário dos EUA- Perspectivas

A crise no mercado imobiliário dos EUA, que tem provocado as quebras nos mercados europeus de títulos, reflecte o ajustamento macroeconómico que a economia americana começa agora a enfrentar. Com a subida da taxa de juro pela Reserva Federal, devido às pressões inflaccionistas e desvalorização do dólar, os agentes económicos americanos começam a perder os incentivos para se manterem numa posição de devedores. Esta mudança de posicionamento financeiro é usual em períodos em que existe a expectativa de um aumento de taxas de juro e menor crescimento económico no médio prazo. Uma das opções, além da diminuição do consumo, é a troca de investimentos de maior liquidez e consequente risco por títulos de divida, de forma a aproveitar as expectativas futuras de maiores taxas de juro e menor crescimento económico.

Uma das formas de concretizar esta opção costuma ser a opção por investimentos imobiliários, em geral mais seguros e virados para o médio/longo prazo. No entanto, esta opção não é agora viável para os agentes económicos americanos devido ao fim da bolha especulativa existente neste mercado, bolha essa que foi alimentada durante o longo período de taxas de juro muito reduzidas. Outras opções poderão ser títulos de dívida pública do governo americano, títulos de dívida de corporações, títulos denominados em moedas estrangeiras e no limite depósitos a prazo.

Quais serão as opções a médio prazo dos agentes económicos americanos? Em relação aos titulos de dívida publica, estes não serão uma opção credível até existir uma definição fiscal por parte do Governo Federal, muito pressionado pelos gastos na defesa e cortes fiscais sem correspondente descida da despesa. Em relação aos títulos denominados em moeda estrangeira essa opção passará a ser uma cada vez maior realidade, apesar do reconhecido enviesamento doméstico (home bias) dos investidores americanos e das politicas fiscais e comerciais ortodoxas seguidas pela União Europeia e Países Asiáticos, que limitam o endividamento nestas zonas económicas. Neste sentido os títulos de divida e capital de firmas americanas parecem ser uma opção viável para este reajustamento financeiro. Sem dúvida que dentro desta perspectiva as empresas americanas com melhores perspectivas financeiras futuras, devido à expectativa de expansão dos seus mercados, estão na linha da frente desta opção. Por último é de referir a opção de simples poupança através de depósitos bancários. Essa opção não parece ser credível num momento de abrandamento económico pois não existe incentivo para os bancos concederem rentabilidades interessantes numa situação de perspectiva de abrandamento de concessões de crédito devido à diminuição do consumo.

Depois de duas décadas de abertura segundo o Consenso de Washington, que promovia a abertura dos mercados de capitais nas economias em desenvolvimento, são os EUA que neste período de reajustamento terão de se acomodar a uma maior internacionalização da sua economia e da carteira de activos dos seus residentes. Não só os investidores e empresas estrangeiras, nomeadamente asiáticos e europeus, tenderão a aumentar as suas participações de capital em empresas e investimentos americanos, de forma a aproveitar a melhor situação financeira em que se encontram, como também os investidores americanos terão de abdicar em parte do seu conhecido enviesamento doméstico e internacionalizar as seus portfolios financeiros, de forma a melhorarem a sua situação financeira.

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