Porque não devemos deixar a opinião económica nas mãos de leigos ou de economistas que insistem em se comportar como tal...
Aproveitando o espírito da época também o Economia decidiu distribuir umas prendas entre alguns dos melhores cronistas dentro da área. De forma a não sermos aborrecidos como tantos, as prendas vêm em formato de prémios carregados de sarcasmo e ironia que procuram encontrar o que mais absurdo ou aborrecido vai sendo escrito por cá. Em primeiro lugar o Economia quer distinguir a Dra. Helena Sacadura Cabral pela sua intuitiva crónica de titulo, O português médio... (o que lhe deve ter custado escrever acerca desta "gentinha"). Nesta crónica a Dra. dercreve-nos algo que eu já desconfiava à muito, as estatísticas do INE, em especial, os indíces de preços, são feitas por "malandros" que se esquecem do português médio. A Dra. segue depois para a sugestão que precisamos de ter indicadores mais pertinentes acerca do nosso poder de compra, o qual eu não posso deixar de concordar, tendo já iniciado a construção de alguns indices para mim, de forma a utilizar estes discricionariamente cada vez que me dedico a negociar taxas de juro com alguma instituição. Tenho um ideal para empréstimos em que se demonstra claramente que na zona onde eu vivo existe deflacção e como tal a politica monetária do BCE não se aplica nesse caso, devendo o banco cobrar-me taxas de juro iguais a zero. Para si Dra. Helena Sacadura Cabral, o Economia oferece-lhe o prémio Maria José Nogueira Pinto com abstenção para não pensarem que somos amigos. Peço-lhe também que não se dedique apenas e só a estas crónicas chatas no futuro e nos continue a presentear com os seus artigos de como fazer pasteis de nata para festas de "tias" em que o tema é - "Como as mulheres eram realmente emancipadas no tempo do Salazar". O segundo prémio segue para António Perez Metelo não tanto por uma crónica em especial mas por um trabalho continuado ao longo do ano. O seu prémio Dr. é o prémio Luis Delgado, que para aqueles que não conhecem premeia todos aqueles que escrevem crónicas sobre economia sem se saber muito bem onde e porquê a crónica começa nem como acaba ou em que direcção aponta. Deixo aqui dois exemplos recentes desta arte. O recuo ; Modéstia ou incapacidade . Sugerimos no entanto que se quer tentar manter o seu prémio no próximo ano talvez seja melhor ir um pouco mais longe, pois esta é uma categoria com fortissima concorrência. Deixamos aqui uma ideia, acrescente um terceiro parágrafo a partir de Novembro em que descreve o Natal como uma época de acalmia para as familias, antes de enfrentarem o próximo ano, que como é óbvio, será o mais duro dos últimos anos ou melhor que o anterior (pode variar consoante os seus critérios politico-partidários). Por último o Economia tem muito gosto em entregar o prémio especial -O meu trabalho é feito pelo meu filho prodigio de 6 anos- a Manuel Esteves também colaborador do DN (que este ano foi uma autêntica Miramax nestes Óscares). Este prémio destina-se a premiar todos aqueles que se dedicaram a publicar trabalhos que se conseguem inserir na díficil categoria descrita no título do prémio. Manuel Esteves conseguiu nota máxima em todos os items pelo seu artigo, Solteiros e solitários mais afectados pelo desemprego. Não só Manuel Esteves conseguiu escrever sobre um tema improvável como também lhe tentou dar uma abordagem cientifica. O Economia quer também realçar a criatividade de alguém que utilizou várias fontes estatísticas para determinar que alguém solteiro e desempregado é solitário, ou melhor, que alguem que é solitário acaba também por ter muita probabilidade de ser desempregado e solteiro (este é um belo assunto que dá para ser analisado de vários prismas). Além destes items é também necessário realçar a qualidade da construção na nossa lingua materna, que tornam este pequeno artigo desafiador da nossa percepção (mesmo quando nos levamos muito em conta), sendo de realçar a conclusão desafiadora - "Quanto às explicações para estas oscilações, como para as diferenças de retratos familiares entre desempregados e empregados, estas ficam para os especialistas". Um verdadeiro toque de génio que torna nas palavras do autor o seu próprio artigo desnecessário. Quando se atinge esta grandiosidade percebemos as consequências de deixar o nosso trabalho a cargo do nosso filho prodigio de seis anos e neste artigo Manuel Esteves deu-nos um belo exemplo do que pode acontecer. Por outras palavras, pode-se dizer que mesmo que achemos que o nosso filho de 6 anos é um prodigio talvez seja melhor não o deixar fazer o nosso trabalho pois com essa idade todos nós temos as nossas limitações. Obrigado Manuel Esteves por teres demonstrado isso de uma forma tão veemente. |